Bate no peito
Fora de compasso
Toques e repiques
Dores e dissabores
Erros, não acertos
Silêncio, silêncio...
No branco da existência
Vem o desespero
Prestando condolências
Ao intranquilo passageiro
Do corpo
Fora de si
Lágrimas secaram
Mas há a chuva
E os banhos demorados
Para relembrar
O peito, alquebrado
Como chorar
Por tudo
Por si
As dores foram sendo varridas
Oprimidas e escondidas
E tal qual os fogos de Copacabana
Um dia irromperam
Desavisadamente
Dilacerando o peito
E a alma
Outrora dormente
Pois não se pode enganar
As dores e frustrações
O peso dos sonhos
Quebrados
As vicissitudes
Do destino não vivido
Há que se encarar a podridão
Dos ossos desenterrados
Das emoções e
Das dores
Em decomposição
Exorcizar as dores
E os dissabores
Só é possível
Ao parar de disfarçar o lixo
Com um arranjo
De flores