quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Amiga velha

Abro a porta
Após ruidoso despertar
Ando tropegamente
Sem sequer raciocinar

Quem chegaria em hora tão imprópria
Para tirar-me do meu sossego
Que visita tão inglória
Aparecendo num tropeço

Na soleira, lá está ela
Estranha visita
Em suas formas tão plurais
Ilustre desconhecida

Aperto os olhos, tento focar
Não consigo apreender
O que está a acontecer
Conheço-te de algum lugar?

Abre-se um sorriso
Sim, sim, já estive junto, contigo
Na infância, há duas décadas
Éramos vizinhos

Então cresceu e de mim se afastou
Encamusrrou-se e fugiu
Disseram que com a melancolia se encantou
E com ela se foi, ninguém sabe, ninguém viu

E hoje, como seu sorriso
Novamente se abre
Vim ter contigo
Prazer: meu nome é felicidade!