segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sexta feira
Dia comum, sem grandes promessas
Pois mal sei eu
A revolução que me espera

Ao tomar o café preto
Logo pela manhã
Nada me passa pela cabeça
Além do tédio,
Da lista dos não-feitos

A televisão me incomoda
Barulho sem graça
Bagunças, desconexões
Não há música que acalme
Nada realmente importa

O dia será longo
Repleto de vazios
Há um lindo encontro
Com pessoa especial
Cujos olhos me desnudam
Afagam
Abraçam
E fortificam

Risadas, felicidade
Felicidade?
Talvez breve alegria
Em um dia
Prometidamente cinza

Entro no carro, encaro o trânsito
Sem nada na mente
Dirijo, dirijo,
Rápido, velozmente

Não tenho nada a dizer
Não há nada a expressar
Sem progressos
Sem retrocessos
Só me resta esperar

A porta se abre
E a sorridente face me vislumbra
Após um segundo, nada mais
Minha  má vontade recua

Há conversas amenas
Significativas, francas
E a sorridente face adota tom grave
E me comunica grandes mudanças

Pobre mim,
Incompreendida e incompreensível desde criança
Descubro, por fim,
A grande realidade
O motivo da melancolia, da ansiedade

Quem diria
Que as lágrimas, os sorrisos,
A falta de rumo, os poucos amigos
É porque, motivo de tantas mudanças
Sou apenas
Humana.