quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O Sentido da Vida

Divido-me, nesse momento, em dois pólos distintos, sem saber muito bem em que acredito, em como encaro a vida. Terá ela sentido? Existirá um Deus? Estou aqui para cumprir uma missão ou sou mero conjunto de células, mera casualidade biológica?
Intimamente, sempre tive um pé na crença espírita kardecista. Sempre me pareceu a mais lógica, a mais bonita e, hoje sei, a que lida mais facilmente com a morte.
Como todas as pessoas, eu não gosto de perder, de sentir falta, de sofrer. Com o falecimento de pessoas queridas, ou mesmo de pessoas que não significavam nada, tive o conhecimento da inefável mortalidade humana. E não sei se tenho medo de morrer.
Creio que tenho medo de ter vivido em vão, sem realizar nada, sem ter aproveitado todo o potencial dos meus dias, da minha existência.
É comum ver pessoas sofrendo, labutando, levando uma vida dura, e dizendo, com um sorriso fino nos lábios "Mas Deus quis assim..."
Caramba, que raio de Deus é esse que nos põe no mundo para sofrer, para ter sonhos despedaçados, para ver metas não cumpridas, apesar dos esforços.
Não, não é o meu caso. Tenho tudo para acreditar que Deus existe: família amorosa, poucos e verdadeiros amigos, o companheiro que espero levar para toda a vida, dinheiro, um futuro promissor, relativa beleza, inteligência suficiente.
Contudo, é só olhar pela janela para vislumbrar pobres diabos, sem ter o que comer, com olhares vazios e sorrisos imensos.
Qual é o sentido da vida? Ela terá sentido? Darwin estava certo?
Não sei, mas creio que, no fundo, o tal "instinto materno" é apenas egoísmo, uma forma de perdurarmos no mundo, pelos nossos descendentes. Para que nossa vida não tenha sido, afinal, em vão.