quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Aspecto físico

Eu passei minha vida toda querendo ter os cabelos encaracolados, tendo-os muito lisos desde sempre. Ter olhos azuis, verdes, mel... mas não os tão comuns castanhos. Ter a boca maior, o nariz menor, ser dez quilos mais magra, vinte centímetros mais alta. Os pés sem as marcas que o ballet me deu. A voz mais profunda. A timidez mais escassa, o bom humor abundante.
Mas nada disso sou eu.
E penso que, se fosse diferente no aspecto físico, o seria também na minha personalidade.
Tenho seios pequenos, que se encaixam muito bem com meu jeito discreto e independente, de quem não gosta de ser objetificada sexualmente como mulher, que prefere ter a inteligência reconhecida a ser mais uma "menina bonitinha".
E sou baixinha. E isso teve um tremendo efeito sobre mim. Algumas pessoas acham besteira, mas para mim é óbvio que assim seja. Dizem que os de baixa estatura são nervosos, mais ciosos de si mesmos. Posso dizer que tenho encarado a vida como um pintcher a morder os calcanhares de estranhos.
E meus olhos, embora de cor comum, são muito expressivos e excessivamente sinceros. Assim como sou toda. De uma verdade ofensiva. Que não pede licença e abre passagem, doa a quem doer.
E sou, por outro lado, fechada como uma ostra. Economizo um sorriso que é, modéstia a parte, deveras bonito. E jamais sou clara e aberta com as pessoas - salvo honrosas e poucas exceções.
Sou, assim, pura contradição. Sou mulher.
E hoje vivo em paz com meu nariz.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O Sentido da Vida

Divido-me, nesse momento, em dois pólos distintos, sem saber muito bem em que acredito, em como encaro a vida. Terá ela sentido? Existirá um Deus? Estou aqui para cumprir uma missão ou sou mero conjunto de células, mera casualidade biológica?
Intimamente, sempre tive um pé na crença espírita kardecista. Sempre me pareceu a mais lógica, a mais bonita e, hoje sei, a que lida mais facilmente com a morte.
Como todas as pessoas, eu não gosto de perder, de sentir falta, de sofrer. Com o falecimento de pessoas queridas, ou mesmo de pessoas que não significavam nada, tive o conhecimento da inefável mortalidade humana. E não sei se tenho medo de morrer.
Creio que tenho medo de ter vivido em vão, sem realizar nada, sem ter aproveitado todo o potencial dos meus dias, da minha existência.
É comum ver pessoas sofrendo, labutando, levando uma vida dura, e dizendo, com um sorriso fino nos lábios "Mas Deus quis assim..."
Caramba, que raio de Deus é esse que nos põe no mundo para sofrer, para ter sonhos despedaçados, para ver metas não cumpridas, apesar dos esforços.
Não, não é o meu caso. Tenho tudo para acreditar que Deus existe: família amorosa, poucos e verdadeiros amigos, o companheiro que espero levar para toda a vida, dinheiro, um futuro promissor, relativa beleza, inteligência suficiente.
Contudo, é só olhar pela janela para vislumbrar pobres diabos, sem ter o que comer, com olhares vazios e sorrisos imensos.
Qual é o sentido da vida? Ela terá sentido? Darwin estava certo?
Não sei, mas creio que, no fundo, o tal "instinto materno" é apenas egoísmo, uma forma de perdurarmos no mundo, pelos nossos descendentes. Para que nossa vida não tenha sido, afinal, em vão.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Vida nova?

Ano novo, vida nova...Não exatamente. Gosto muito da minha, só preciso aproveitá-la com mais esperteza, levá-la com mais seriedade em alguns pontos, com mais leveza em outros. Saber sorrir mais, para mais pessoas.
Disciplina. Cumprir as promessas que faço para mim mesma. Honrar meus compromissos comigo mesma. Não postergar as metas, as realizações.
Descobrir, finalmente, se possuo "o gênio", perder o medo da mediocridade, do rídiculo, da recusa, da repulsa.
Ser dona de mim, assumir riscos, assumir responsabilidades pelos meus atos. Me tocar que tudo que tenho não é bem meu. Que viver de mesada não é mérito nenhum. Que a bonança pode não durar para sempre.
Me tocar que ser o que quero só depende de mim. Mesmo. Porque as oportunidades estão ai.
Que a beleza do meu futuro depende da minha persistência.
Descobrir o equilíbrio entre ser séria e ser boba.
Aprender a rir de mim mesma. Não me levar tão a sério.
Ser mais acessível. Sorrir. Sorrir. Sorrir. Mesmo quando não parecer haver motivo para isso :)