quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Depois, quem sabe um dia...

A minha premente necessidade de procrastinar as coisas é surpreendente. Seria tão mais simples e mais fácil resolver as coisas e pronto, fazer o que tenho que fazer e depois curtir o descanso de fato. Deixando tudo para depois, para quando der vontade (que sei que nunca chegará), fico estressada, me sentindo culpada e não consigo aproveitar o tempo que seria destinado ao lazer.

Enrolo, enrolo, e acabo enrolada, presa em um ciclo vicioso, do qual não consigo me desvencilhar. Eu sei como fazê-lo, mas me falta a força de vontade, a obstinação necessária para transformar pensamentos e palavras em ações, em atos. Como levar minhas decisões a efeito?

É estranho...Nessa altura do campeonato eu deveria estar mais madura, mais centrada e responsável. Não parece ser o que acontece. Não durmo mais a tarde, consigo ir à academia aos sábados e não fico mais a tarde toda assistindo tv. Mas ainda enrolo na internet, demoro para arrumar a casa, fico arranjando mil desculpas e não faço o que tenho que fazer.

Oh!, e ai chega o fim de semana, hora de descansar, curtir, certo? Não para mim, aparentemente. É a minha "hora da virada", em que tudo mudará, em que criarei juízo e cumprirei meus deveres. E fico nessa...Não faço nem uma coisa nem outra. Nem cumpro meus deveres e nem descanso.

Como sair dessa?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Atoleimada

Sinto-me um pouco seca, um pouco morta, um pouco sôfrega, um tanto vazia. Imersa em mim mesma, cinza, cinza, sem saber bem o que fazer comigo. Parece que tirei férias do mundo e saí sem data indefinida para voltar, rumo à uma incursão por lugares desconhecidos, desbravando lados de meu caráter que nem suponho existir.

Nesses hiatos, em que esqueço um pouco o mundo lá fora, sinto-me mais verdadeira, mais em contato com a minha natureza. E, nessa distância abissal, passo a estar mais próxima das pessoas, mais apta a fazer contato, mais aberta. E nem mesmo me dou conta disso. Quando dou por mim, já converso com desconhecidos, abraço mais, recebo beijos, sorrisos, confissões.

Não sei.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Palavras a um amigo

Não há médicos nem remédios para pessoas como nós, sempre envoltas em pensamentos nebulosos, mergulhados na própria perplexidade ante o mundo, velhos de espírito, mas com curiosidade de criança. Por isso escrevemos. Esse é o nosso jeito de, se não remediar, ao menos lidar com nossos males, nossas dores, nossos fantasmas - reais ou não.

Tenho aprendido a celebrar o fato de ter nascido assim. E de aceitar que sou, serei e estarei eternamente sozinha, mesmo rodeada por pessoas queridas, a quem amo e que muito me amam. Há um pedaço de minha existência que ninguém jamais poderá atingir, conhecer. Só será tangível para o outro quando transposto em palavras. Em linhas e entrelinhas, dou-me a ser conhecida, reconhecida, desvendada. Mas nunca totalmente.

Sempre me surpreendo comigo mesma. Quando penso que me conheço, que desvendei um pouco mim, vou lá e descubro, nos recônditos de mim algo novo, ou mesmo velho, mas desconhecido ou esquecido, enterrado ou recém-nascido. A parte mais incrível e impressionante de minha vida se passa dentro de mim, em minha perene circunspecção.

eis-me: casmurra ensimesmada

terça-feira, 30 de junho de 2009

Bobeira

Não há nada que possa dizer sobre mim mesma. Sinto um vazio perpétuo, perene, eterno, redundante. Presente.

Sinto-me seca, árida, descrente, só. Irremediavelmente só. Dia cinza.

Tudo o que escrevo soa tão tolo.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Aspecto físico

Eu passei minha vida toda querendo ter os cabelos encaracolados, tendo-os muito lisos desde sempre. Ter olhos azuis, verdes, mel... mas não os tão comuns castanhos. Ter a boca maior, o nariz menor, ser dez quilos mais magra, vinte centímetros mais alta. Os pés sem as marcas que o ballet me deu. A voz mais profunda. A timidez mais escassa, o bom humor abundante.
Mas nada disso sou eu.
E penso que, se fosse diferente no aspecto físico, o seria também na minha personalidade.
Tenho seios pequenos, que se encaixam muito bem com meu jeito discreto e independente, de quem não gosta de ser objetificada sexualmente como mulher, que prefere ter a inteligência reconhecida a ser mais uma "menina bonitinha".
E sou baixinha. E isso teve um tremendo efeito sobre mim. Algumas pessoas acham besteira, mas para mim é óbvio que assim seja. Dizem que os de baixa estatura são nervosos, mais ciosos de si mesmos. Posso dizer que tenho encarado a vida como um pintcher a morder os calcanhares de estranhos.
E meus olhos, embora de cor comum, são muito expressivos e excessivamente sinceros. Assim como sou toda. De uma verdade ofensiva. Que não pede licença e abre passagem, doa a quem doer.
E sou, por outro lado, fechada como uma ostra. Economizo um sorriso que é, modéstia a parte, deveras bonito. E jamais sou clara e aberta com as pessoas - salvo honrosas e poucas exceções.
Sou, assim, pura contradição. Sou mulher.
E hoje vivo em paz com meu nariz.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O Sentido da Vida

Divido-me, nesse momento, em dois pólos distintos, sem saber muito bem em que acredito, em como encaro a vida. Terá ela sentido? Existirá um Deus? Estou aqui para cumprir uma missão ou sou mero conjunto de células, mera casualidade biológica?
Intimamente, sempre tive um pé na crença espírita kardecista. Sempre me pareceu a mais lógica, a mais bonita e, hoje sei, a que lida mais facilmente com a morte.
Como todas as pessoas, eu não gosto de perder, de sentir falta, de sofrer. Com o falecimento de pessoas queridas, ou mesmo de pessoas que não significavam nada, tive o conhecimento da inefável mortalidade humana. E não sei se tenho medo de morrer.
Creio que tenho medo de ter vivido em vão, sem realizar nada, sem ter aproveitado todo o potencial dos meus dias, da minha existência.
É comum ver pessoas sofrendo, labutando, levando uma vida dura, e dizendo, com um sorriso fino nos lábios "Mas Deus quis assim..."
Caramba, que raio de Deus é esse que nos põe no mundo para sofrer, para ter sonhos despedaçados, para ver metas não cumpridas, apesar dos esforços.
Não, não é o meu caso. Tenho tudo para acreditar que Deus existe: família amorosa, poucos e verdadeiros amigos, o companheiro que espero levar para toda a vida, dinheiro, um futuro promissor, relativa beleza, inteligência suficiente.
Contudo, é só olhar pela janela para vislumbrar pobres diabos, sem ter o que comer, com olhares vazios e sorrisos imensos.
Qual é o sentido da vida? Ela terá sentido? Darwin estava certo?
Não sei, mas creio que, no fundo, o tal "instinto materno" é apenas egoísmo, uma forma de perdurarmos no mundo, pelos nossos descendentes. Para que nossa vida não tenha sido, afinal, em vão.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Vida nova?

Ano novo, vida nova...Não exatamente. Gosto muito da minha, só preciso aproveitá-la com mais esperteza, levá-la com mais seriedade em alguns pontos, com mais leveza em outros. Saber sorrir mais, para mais pessoas.
Disciplina. Cumprir as promessas que faço para mim mesma. Honrar meus compromissos comigo mesma. Não postergar as metas, as realizações.
Descobrir, finalmente, se possuo "o gênio", perder o medo da mediocridade, do rídiculo, da recusa, da repulsa.
Ser dona de mim, assumir riscos, assumir responsabilidades pelos meus atos. Me tocar que tudo que tenho não é bem meu. Que viver de mesada não é mérito nenhum. Que a bonança pode não durar para sempre.
Me tocar que ser o que quero só depende de mim. Mesmo. Porque as oportunidades estão ai.
Que a beleza do meu futuro depende da minha persistência.
Descobrir o equilíbrio entre ser séria e ser boba.
Aprender a rir de mim mesma. Não me levar tão a sério.
Ser mais acessível. Sorrir. Sorrir. Sorrir. Mesmo quando não parecer haver motivo para isso :)