terça-feira, 25 de novembro de 2008

Não sei bem o que está acontecendo. Meu corpo não está respondendo no tempo devido, as coisas em mim parecem fora de ritmo, um pouco descontroladas. Apetite fora do comum, funções biológicas agindo de forma estranha e uma cabeça pesada, pesada. E não, não é minha consciência. Algo em mim está fora de rumo. E eu não sei o que é.
Me pergunto se é por saudade.
Hoje seria aniversário de minha Avó, tão amada, que nos deixou há 4 anos. Ao escrever essas linhas, choro. É saudade, uma espécie de vazio que me assola. E é egoísmo, pois ela viveu muitíssimo e muito bem. Mas sinto falta dela.
No atropelo do dia-a-dia, no passar das horas cotidianas, não me dou conta da falta que ela me faz. Quando paro pra pensar, contudo, sinto um nó na garganta. Um vazio, vazio, vazio.
É uma das pessoas que mais amo e amei. De um amor puro. A única pessoa que despertou em mim um amor abnegado, sem cobranças, com uma paciência infinita, que nem sequer sabia que tinha. Junto com ela foi uma parte de mim. A parte que confiava, que era aberta, ingênua.
Depois dessa perda, me tornei um pouco menos menina, um pouco menos a neta que adorava ouvir as histórias de outrora. E isso dói.
E é uma dor linda, por saber que fui capaz de amar alguém assim. E que fui amada de volta. Não esperava chorar assim. Me acostumei a não expressar sentimentos. A ser dura, seca, quase fria. Me acostumei a não sentir.
Mas sinto.
E acho que essa é mais uma lição que minha Avó me passa.
Me permitir sentir. Saudades, dor, o maior amor do mundo.
Saudades, vovó.