segunda-feira, 30 de junho de 2008

Feliz Solidão


Hoje me sinto assim: particularmente cinza. E isso não é uma coisa negativa. Quando na melancolia, me sinto em casa. Porque a solidão é a minha zona de conforto. O lugar em que me sinto mais à vontade, onde sei as regras do jogo, onde posso ser só eu e nada mais.
Porque na imensa felicidade da minha vida, sempre haverá uma ponta de tristeza. E tem sido assim há tantos anos que esse é o sinônimo de "equilíbrio" para mim.
Não sou um fantoche de sorrisos amarelos. Prefiro ser talvez um pouco triste, mas ser eu ;)

domingo, 22 de junho de 2008

Amor, sabe?!

E eis, então, que tudo se esparrama
Choros e entranhas
Você me estranha

Tudo, tudo
você, eu
imundos

Olho no olho
Lábios grudados
Mundos separados

Sorrisos
Falsos?

E assim, do meu jeito
Torto, nada direito

Grito e reclamo
Mas você sabe como eu te amo

-*-*-
Porque mesmo muito estranha, muito diferente, muito tola, achei o amor da minha vida.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Presente :)

As primeiras mal traçadas linhas são de minha escrita.
As outras, um presente lindo, que ganhei de um amigo muito querido.
Um diálogo em verso.


Neste exato instante
Uma dor lancinante
De imensa existência
Me assola a torpeza

Ao todo, são poucos
Os anos que já vivo
Mas grande é a solidão
Pela qual expio

Multidão urbana
De lúgubre aspecto
Cujo sorriso amarelo
Mantem seu perfil circunspecto

Prédios, prédios, prédios
Grandes companheiros
Que em seu imenso tédio
São ótimos conselheiros

Observo sua tez cinzenta
Concreto, tanto concreto
Em minha solidão plena
Não sou pessoa, Só espectro

-*-*-*_

Do alto da janela
Dum prédio concreto
Está a mulher com cara de menina
A jogar seus versos retos
Solitária e vazia.

De mãos dadas com a alegria e a tristeza,
Uma em cada ponta,
A menina com cara de mulher franzi a testa
Ao ver toda aquela gente tão indiferente, tão inconseqüente,
Tão diferente...

Assustada, a menina com letra de mulher se esconde nos versos.
Ah, sim! Os versos! Sua eterna companhia, sua mais nobre valia, sua mais triste saída.

No parapeito da alta janela,
Com seu sapato de bailarina,
A mulher com vontade de menina joga sua vida ao mundo
Ao acenar o lenço branco dos versos
E esperar que alguém, quem sabe um dia, com ela seja parecida...

Num dia desses com ventos ininteligíveis,
De sopro sublime,
Caiu sobre a testa
De um homem com cara de menino
A lágrima da menina.

Em total desespero,
Ele olha pra cima e enche o peito:
- Eu também sou assim!
E a mulher com sorriso de menina logo grita:
- Sou tua amiga até o fim!

domingo, 8 de junho de 2008

hãhã

Há um lado em mim que é amoral. Para vivenciá-lo, escrevo.